Avançar para o conteúdo principal

Veneza, a cidade flutuante


Veneza é talvez a cidade mais marcante que visitei até hoje, não apenas pela sua arquitetura clássica e absolutamente deslumbrante, mas também por toda a mística que se inspira desde o momento em que se põe os pés na estação de Santa Lucia.

Existem duas grandes partes que constituem Veneza: "(Veneza) Mestre", situada na margem do continente Italiano, e "Veneza Canal", a famosa Veneza dos filmes, construída sobre a água e composta por todos os seus canais. Na verdade, a cidade não se encontra diretamente construída sobre a água, mas sim sobre 117 pequenas ilhas que, ligadas entre pontes, constituem uma ilha maior, em forma de peixe.

Grande Canal de Veneza
Como chegar a Veneza
Veneza possui o seu próprio aeroporto, que permite chegar muito rapidamente à cidade. No entanto, existem poucos voos e, por isso, os preços podem facilmente ultrapassar os 200 ou 300 euros por viagem. Assim, uma das formas mais económicas de chegar à cidade é viajar até Milão por pouco mais de 30 euros numa companhia Low cost como a Ryanair, e, depois, apanhar um comboio da Trenitalia até Veneza, com o custo de cerca de 20 euros. Podem consultar os preços e horários no site da Trenitalia.

Desde a Estação Central de Milão até Veneza são aproximadamente 2 horas e meia de viagem. Nesse trajeto, a melhor parte é sem dúvida o trecho final sobre a ponte que liga o continente Italiano à ilha, já que as carruagens ficam rodeadas de água da Lagoa de Veneza, criando a ilusão de que se está a viajar diretamente sobre a água.
Veneza vai-se aproximando lentamente ao fundo, e, aos poucos, é possível observar o topo do campanário de São Marcos, que se ergue acima de qualquer outra construção da cidade.

Grande Canal com vista para a ponte Rialto
Desembarquei, então, em Santa Lucia, mas foi apenas quando saí da estação que tive o primeiro contato com a verdadeira beleza da cidade e com um dos seus aspetos mais curiosos. De repente, as estradas e ruas que estamos habituados a ver em qualquer outra cidade, são substituídas por canais de água e, em frente à estação, estende-se o maior deles, a "autoestrada" de Veneza, o Grande Canal.

Como se deslocar dentro de Veneza
Podemos claro, calcorrear toda a cidade a pé, passando por cima das suas pontes, mas caso estejamos com pressa para chegar ao hotel ou à praça de São Marcos, o melhor é viajar nos vaporettos que percorrem o Grande Canal. Estas pequenas embarcações funcionam como autocarros flutuantes e fornecem a cidade com um serviço público de transportes. Os bilhetes podem ser comprados logo à saída da estação, num pequeno quiosque apinhado de turistas. O bilhete de 60 minutos para a linha 1, que atravessa todo o Grande Canal, tem um custo de 4 euros. Veja o preçário dos vaporettos de Veneza.

Nesse quiosque à saída da estação é ainda possível comprar um bilhete para visitar 3 das principais ilhas vizinhas de Veneza: Burano, Murano e Torcello por 20 euros. Comprei um desses bilhetes e digo-vos que foi uma excelente decisão! (Mas depois conto-vos um pouco mais sobre a visita às ilhas vizinhas...)

Vaporetto no Grande Canal
Embarquei então num dos vaporettos que vão passando em intervalos de poucos minutos e fui atravessando a cidade pelo Grande Canal. Nesse caminho, passei por baixo de uma das construções mais famosas e antigas de Veneza, a ponte Rialto. Esta ponte foi pela primeira vez construída em 1250, em madeira, mas ao longo da história foi reconstruída várias vezes, tendo começado a ser construída em pedra apenas em 1588. Na ponte é possível visitar um pequeno mercado com lojas construídas em ambas as rampas, por isso, mais tarde, quando estiverem a passear pela cidade, lembrem-se de passar por lá, vale bem a visita, embora se encha de turistas!

Continuando pelo grande canal, cheguei finalmente à praça de São Marcos, o local mais reconhecido de Veneza, no qual se encontra a Basílica de São Marcos, o Campanário e o Palácio Ducal. Nesta praça, outrora palco dos acontecimentos mais importantes da cidade, é agora possível observar vários restaurantes e cafés, no quais, de vez em vez, pequenos grupos tocam música ao vivo para entreter quem se senta nas mesas das esplanadas. Mas claro, preparem-se para os preços pouco amigáveis do local. A praça de São Marcos é possivelmente um dos locais mais caros para se lanchar ou comer qualquer tipo de refeição, mesmo que um simples café.

Uma vez na praça, não podem deixar de visitar a basílica de São Marcos, em estilo bizantino, e reconstruída várias vezes ao longo da história.

Onde ficar em Veneza
Antes de visitar estes locais, e uma vez que ainda estava carregado de malas, decidi fazer o check-in no hotel que tinha reservado, e que ficava apenas a 5 minutos da praça, o Locanda Barbarigo.
Este hotel, assim como a grande maioria dos hotéis em Veneza, tem um estilo bem clássico e pitoresco, mas ao mesmo tempo é bastante aconchegante, servindo perfeitamente para uma estadia curta de 2 ou 3 noites em Veneza perto do centro. Podem ver aqui mais um pouco sobre o Locanda Barbarigo.

Entrada do Hotel "Locanda Barbarigo"
O normal é que uma noite num hotel em "Veneza Canal" chegue a custar mais de 200 euros, mas caso se viaje em grupo, a despesa pode ser dividida, uma vez que existem vários hotéis com quartos para 4 ou 6 pessoas. Outra opção mais barata, é ficar hospedado em "(Veneza) Mestre", onde os hotéis têm taxas mais amigáveis. Mas nesse caso, é preciso entrar e sair da cidade por comboio sempre que for necessário voltar ao hotel.

O que fazer em Veneza
Voltei à praça de São Marcos, para visitar a basílica e tentar subir ao campanário, mas infelizmente não me foi possível entrar neste último monumento, já que a fila de visitantes se estendia até perder de vista. Aproveitei, então, para perder um bocadinho mais de tempo no interior da basílica, que é absolutamente deslumbrante. Para quem gosta de pormenores em ouro, é possivelmente o busílis da cidade, já que o seu interior é quase completamente revestido de mosaicos de ouro, que se misturam com outras cores mais escuras, para formar imagens de interesse religioso por todas as abóbadas do local. Infelizmente, não é permitido tirar fotos do interior, mas encorajo-vos à visita desta basílica, mesmo que precisem esperar numa longa fila.

Exterior da Basílica de São Marcos
Depois da visita à basílica, decidi fazer uma das coisas que mais gosto: percorrer todas as ruelas a pé e perder-me nas várias lojas de comércio artesanal e nos becos sem saída da cidade. Durante esse passeio, provei os famosos gelados italianos e também fiz outras pequenas refeições, mas longe do centro e da praça de São Marcos.
Uma boa sugestão para comer peixe fresco (que me foi dada no hotel) é tentar chegar perto do mercado de peixe, que fica ao lado da Ponte Rialto. Lá é possível encontrar vários pequenos restaurantes que, além de serem bem mais baratos, servem peixe muito fresco e bastante bem preparado.

Como comprar máscaras do carnaval de Veneza
Enquanto visitava as várias lojas à procura de souvenirs, conheci uma vendedora italiana que sabia falar portugês, que me explicou um pouco sobre as famosas máscaras de Veneza.
As máscaras foram uma ideia inspirada em personagens da "Commedia dell Arte", como Pierrot, Colombina ou Pulcinella, e mais tarde, acabaram por influenciar todo o carnaval de Veneza, tornado-se um das objetos centrais e mais conhecidos da cidade.

Loja de máscara e souvenirs
Embora se possa comprar máscaras em quase todas as lojas de Veneza, a maior parte é feita na China em plástico e, por isso, são apenas reproduções baratas, que por vezes são vendidas a mais de 50 vezes o seu preço de produção. Assim, caso queiram comprar uma "verdadeira" máscara veneziana, feita à mão em Itália e em papel machê, devem primeiro olhar para o interior da máscara. Isto porque, uma máscara feita à mão deve ter uma superfície irregular ao toque, possuir manchas de tinta no interior e também ter um selo de garantia. Todas as outras, podem ser tomadas como réplicas, mesmo que os vendedores vos digam que são verdadeiras!

Quanto custa passear de gôndola em Veneza
Durante o passeio por Veneza, fui ainda aliciado a andar nas famosas gôndolas que cruzam os vários canais. O preçário é fixo! São 80 euros por uma viagem de cerca de 40 minutos até às 19h, ou 100€ após as 19. E este preçário é independente do número de viajantes, sendo que no máximo podem viajar 6 pessoas. Por isso, é muito possível que vejam turistas a juntar-se em pequenos grupos para andar nas gôndolas e repartir o custo. Embora possa ser um preço um pouco alto, a viagem vale realmente a pena!

Viagem de gôndola pelos canais de Veneza
Dependendo do local onde se entra na gôndola, o percurso pode variar um pouco, mas quase todas passam por pontos importantes da cidade e, durante a viagem, o gondoleiro vai contando um pouco da história de cada local, envolvendo-nos mais na mística de Veneza.
Na viagem de gôndola, se tiverem sorte, pode ainda ser possível ouvir um ou outro gondoleiro a cantar ao som de um acordeão, o que lembra muito todos os filmes que vimos até hoje sobre Veneza!

Uma surpresa no final do dia...
Com o final do dia a aproximar-se, voltei a escolher um restaurante para comer pasta fresca e, por fim, enquanto regressava ao hotel, voltei a passar pela praça de São Marcos, para a observar iluminada. Foi nesse momento que, para meu espanto, vi que as portas do Palácio Ducal (que fica por trás da basílica) ainda se encontravam abertas e sem qualquer tipo de fila. Entrei e perguntei se ainda era possível visitar. Disseram-me que se entrasse nos próximos 5 minutos ainda conseguiria visitar tudo e, por isso, agarrei essa aventura. Foi absolutamente mágico! Todo o palácio estava deserto e por isso pude ver todos os detalhes da sua construção e todas os seus magnificentes salões sem qualquer empurrão e sem ninguém a fazer barulho:

Salão do Palácio Ducal
Por fim, regressei ao hotel. O dia seguinte seria novamente bastante preenchido, com o passeio pelas ilhas vizinhas de Veneza! Mas essa história deixo para outro dia! Prometo publicá-la em breve.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Como fazer check-in online na Ryanair

Mediante os preços praticados por esta companhia, é exigido ao cliente a realização do processo de check-in online, que consiste na recolha de dados pessoais dos passageiros. O check-in abre 30 dias antes de cada voo para reservas com assentos reservados e 7 dias antes para as restantes reservas, pode ser realizado até 2h antes da viagem. A falta da realização deste procedimento e a não apresentação dos cartões de embarque no aeroporto no momento da partida, pressupõe o pagamento de uma taxa suplementar de 70€. 1º Passo - Seleccionar a opção de check-in online na página inicial da Ryanair; 2º Passo - Escolher uma das opções para introduzir os dados da viagem. Eu opto sempre pela 3º uma vez que é a única que não exige o número de reserva nem outros dados específicos; 3º Passo - Será apresentada uma página com os prazos de abertura do check-in, entre outras informações adicionais. Após a sua leitura, clica em continuar. 4º Passo - Colocar um visto no no

Como fazer check-in online na Easyjet

1º Passo - Abrir o site da Easyjet e clicar em "Check-online" no canto superior direito. 2º Passo - Na janela que vai aparecer, preencher com o último nome do passageiro e com o número de referência da reserva que se encontra no email que recebeste. 3º Passo - Clicar na barra de "Check-in" do voo de ida. 4º Passo - Vai surgir uma janela para se optar por um seguro de viagem, no entanto eu nunca utilizo porque para além de achar que é um gasto supérfluo, penso que é desnecessário em viagens de pequeno curso. 5º Passo - Caso necessites de algum extra de última hora, como a possibilidade de escolher lugar ou adicionar bagagem de porão, este é o momento para o fazer. Caso contrário basta clicar em "Continuar para o check-in" no canto superior direito. 6º Passo - Este passo é referente a segurança a aeroportuária e contém avisos sobre o que não se pode transportar na mala de cabine. Após atentar sobre todos eles

Transportes em Mykonos

A melhor forma de conhecer a ilha com total liberdade sem dependência de horários é, sem dúvida, alugar um carro ou uma moto-quatro. As scooters também são uma boa opção mas vale lembrar que na Grécia é necessário carta de mota para este tipo de transporte, ao contrário do que acontece aqui em Portugal. Quem acha que bicicleta é uma boa opção, pense novamente. O terreno bastante acidentado da ilha torna este meio de transporte inviável, principalmente porque o acesso para praticamente todas as praias é feito através de ruas que chegam a ter 20º de inclinação, aliando isto a temperaturas superiores a 30ºC faz-nos descartar a bicicleta, e acreditem em mim, eu tentei e acabei por abandonar a bicicleta em Elia no segundo dia 😂 Na falta de um meio de transporte próprio, a opção mais conveniente e barata são os autocarros que circulam por grande parte da ilha. A partir do centro, existem dois sítios de partida principais que variam consoante o destino pretendido, Frabika e