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Marraquexe, a cidade vermelha


Aqui tão perto, Marraquexe tem o poder de despertar todos os sentidos, com as suas cores, cheiros e cultura, que causam um impacto brutal logo na chegada e nos marca para sempre. A quarta maior cidade do país, oferece um clima temperado pelo deserto e pela cordilheira do Alto Atlas, criando um destino de sonho tanto para exploradores do deserto e da montanha, como para salteadores de cidades e veraneantes, com os seus ryads e resorts com piscinas de água cristalina.


Atualmente, voar para a cidade vermelha é uma tarefa complicada. Existem voos diretos a partir de Lisboa, na faixa dos 200€ por trajeto de ida e volta. Do Porto, existem apenas ligações com escala que embora estejam na mesma faixa de preço, tornam a viagem mais cansativa e demorada. No entanto, a partir do final de Outubro, a Ryanair vai começar a operar a sua nova rota direta para Marraquexe, sendo já possível realizar reservas.


Para regatear nos souks da cidade precisámos do dirham marroquino (MAD) e podemos obtê-lo trocando euros nas lojas de câmbio à chegada no aeroporto ou levantando dinheiro diretamente nas caixas multibanco marroquinas. É considerado crime a importação e a exportação da divisa, pelo que é importante trocares o montante do dinheiro que te sobrar por euros, antes de embarcares de volta a casa.

  • Locais a não perder


O caos de Marraquexe converge para o seu coração, a Medina, um autêntico labirinto de ruas estreitas apetrechado de lojas que vendem um pouco de tudo, desde candeeiros marroquinos a especiarias, de lenços de papel a máquinas fotográficas vintage, de tudo mesmo! É aqui que ficamos a conhecer a essência e o quotidiano deste povo, que digamos, é bastante peculiar. Regatear está-lhes no sangue e são verdadeiros mestres do marketing e do comércio, tornando-se comum o assédio para nos fazer comprar nas suas bancadas. Por entre estas ruelas, para além de uma quantidade absurda de pessoas, é normal passarem motorizadas que contornam milimetricamente os peões, carroças de burros e tuk tuk's carregadas de mercadoria e matéria prima. Toda esta confusão cria um espetáculo e ambiente únicos, transportando-nos para um mundo incrível.


Dada a sua extraordinária forma labiríntica, mesmo de GPS na mão, é impossível não nos perdermos na Medina, e o truque é deixarmo-nos levar pelo instinto e desfrutar da experiência. Parecer perdido em Marraquexe é tornarmo-nos isco para os predadores de turistas, que estão sempre prontos para nos auxiliar com direções para, no final, nos cobrarem pela generosidade.


Tal como a Medina, também a praça Jemaa El Fna faz parte do Património Mundial da UNESCO. Este lugar mágico é um autêntico camaleão que vai mudando de forma ao longo do dia. Lá encontramos as tatuadoras de Henna, os encantadores de serpentes, os treinadores de macacos, malabaristas, cuspidores de fogo e de bolas de sabão como se de um verdadeiro circo se tratasse. À noite, o espaço enche-se de restaurantes de comida típica, com direito a mesas comunitárias no meio dos tajine fumegantes.


Apesar das inúmeras mesquitas da cidade, a Koutoubia é o centro religioso e o seu minarete é o ex-libris de Marraquexe. A construção remonta ao século XII e serviu de inspiração à construção de outros monumentos, como a torre Giralda em Sevilha. É obrigatório passear pelos jardins exóticos que contornam a mesquita e ouvir o chamamento para a oração.


Idealizado e projetado pelo francês Jacques Majorelle durante quase 40 anos de dedicação, o jardim Majorelle é uma celebração da cor e dos contrastes numa cidade maioritariamente vestida por ocre. O jardim foi depois comprado em 1980 por Yves Saint Laurent e seu esposo Pierre Bergé, que o transformaram no seu lar e fonte de inspiração, enriquecendo-o com mais de 100 novas espécies. O espaço é hoje um dos locais mais visitados de Marraquexe, o custo da entrada é de 70 dirhams (cerca de 6 euros).


As ruínas do palácio El Badi, cujo edifício remonta ao século XVI, demonstra-nos um monumento megalómano que deixa transparecer a beleza que outrora tivera. No alto das muralhas, os guardas foram substituídos por garças que decidiram lá construir os seus ninhos, com vista para as piscinas e para os mosaicos do chão do antigo palácio. A entrada tem um custo de 10 dirhams (1 euro).


Considerado uma das jóias da arquitetura da cidade, o palácio Bahia é a expressão real do sonho das mil e uma noites. Decorado com entalhes em madeira de cedro e estuque minuciosamente trabalhados à mão, luxuosos jardins interiores e mosaicos incríveis criados com pequenos azulejos, o edifício construído no final do século XIX faz as delícias dos visitantes. O bilhete de entrada para este paraíso árabe custa apenas 10 dirhams (1 euro).


Não deixes também de visitar a Medraça Ben Youssef, que infelizmente não consegui visitar porque estava encerrada para obras de requalificação e se possível, complementa a tua estadia com uma expedição ao deserto ou às Cascatas de Ouzoud, no Alto Atlas.


Quanto ao alojamento, depende muito do que se pretende com a viagem. Para uma visão mais insider da cultura recomendo a escolha de um dos vários ryads, pequenas pensões tradicionais situadas na Medina, com terraços e lindos jardins interiores. Se o relaxamento e o bronze são prioridade, também não faltam resorts com piscinas deslumbrantes em regime de tudo incluído. Eu optei pelo Tui Sensimar Medina Gardens, um resort de 4 estrelas a escassos metros da Medina e com uma vista fantástica para a Koutoubia e recomendo a 100%, é um exclusivo para adultos, a comida é ótima e os funcionários são extremamente prestáveis e eficazes. Se reservares no Booking clicando aqui, tens 10% de desconto num alojamento à tua escolha.


É importante ir-se preparado para o choque cultural e socioeconómico, mas mais importante que isso,  é ir com a mente aberta e livre de preconceitos. Não faltam boas razões para visitar Marraquexe e absorver toda aquela cultura alucinante e inesquecível.

Se queres saber o que esperar de uma expedição ao deserto, clica aqui para veres como foi a minha aventura na Tunísia.

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