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Crescer a viajar


A minha verdadeira primeira experiência de viagem aconteceu em Maio de 2010, altura em que fui seleccionado pela minha professora de inglês para participar no programa Comenius da União Europeia. O destino e minha casa por uma semana foi San Lorenzo de El Escorial, nos arredores de Madrid, em Espanha, e o principal objectivo, para além de conhecer a região, era integrar-me numa família de acolhimento, tendo que me adaptar ao seu modo de vida, língua e costumes. Admito que no início não foi nada fácil, na altura era um rapaz extremamente tímido e com muita dificuldade em comunicar com pessoas estranhas, a minha família anfitriã falava apenas castelhano, que conseguia perceber mas não sabia responder da mesma forma, o filho deles, com quem eu mais falava, não era propriamente bom a falar inglês e então foi bastante complicado. No entanto, com o passar do tempo e à medida que íamos participando em actividades, tudo foi fluindo mais naturalmente e no final pude dizer que esta experiência foi das mais gratificantes que tive a sorte de viver, cresci imenso, aprendi a ser mais autónomo, a relacionar-me com outras pessoas e a enfrentar a minha timidez. Mas, para além de tudo isto, foi aqui que nasceu o 'bichinho' e a vontade insaciável de viajar.
Logo alguns meses depois comecei a preparar a primeira viagem que organizei sozinho. O destino escolhido foi Roma, em Itália, e juntamente com uns amigos, partimos no dia seguinte ao meu 18º aniversário, em Janeiro de 2011. Esta aventura foi mais um grande desafio pois viajar para uma cidade que é uma grande capital europeia com quase 3 milhões de habitantes e com um quotidiano, cultura e língua completamente diferentes da realidade a que estamos habituados pode ser bastante complicado, principalmente quando acabámos de entrar na idade adulta e não temos muita experiência de vida. Contudo, todo o trabalho que incuti na sua preparação revelou-se mais que suficiente e consegui superar o desafio, sem grandes sobressaltos e no final a sensação de realização foi enorme. O ponto menos positivo foi que foram apenas 3 dias e digamos que soube a (muito) pouco, espero algum dia ter a oportunidade de voltar à Cidade Eterna com mais tempo para aproveitar todo o seu potencial.
Em Fevereiro de 2012, decidi aproveitar o facto de ter família na Alemanha e fazer uma visita de 3 dias ao sul desse país com a minha namorada. Neste caso não tive qualquer trabalho na preparação da viagem, para além da reserva do voo, uma vez que a minha família me fez esse favor, levando-me a conhecer inúmeras cidades, inclusivamente um campo de concentração, que foi definitivamente o ponto alto desta viagem e uma experiência que toda a gente deveria viver um dia.
Um ano depois, em Fevereiro de 2013, parti novamente para Itália, desta vez para visitar as fantásticas cidades de Milão e Veneza. Esta viagem foi mais um desafio no meu portefólio de viajante, não só pela sua duração de 5 dias mas principalmente porque viajei sozinho com a minha namorada e desta vez sem ninguém à nossa espera no aeroporto. Claro que tendo em conta o meu historial já me senti mais confiante, no entanto, não foi por isso que deixei de trabalhar arduamente na sua preparação tendo inclusivamente aprendido o básico de italiano alguns meses antes da partida.
"Acredito que viajar é muito mais do que um pretexto para gastar dinheiro e passear. Para mim, viajar é adquirir experiência, independência e autonomia; é assimilar toda uma cultura, o quotidiano, a gastronomia, a língua e a história de um povo; é aproveitar tudo isto para nos tornarmos em alguém melhor e conscientes do mundo que nos rodeia."
A cada nova aventura sinto que evoluo como pessoa e como cidadão do mundo, a cada desafio ultrapassado descubro novos limites e capacidades que até então desconhecia, é apenas indescritível a sensação de explorar o desconhecido e enfrentar obstáculos de forma completamente autónoma. Viajar ajudou-me e continua-me a ajudar imenso tanto em tudo o que já referi, como até mesmo em situações do dia-a-dia, na faculdade, na minha profissão e na interacção com outras pessoas. 
Um dos meus maiores sonhos como viajante aficionado, é viajar completamente sozinho. E então se fosse para um país como a Índia, Rússia, Grécia ou Egipto ainda melhor, uma vez que nem o alfabeto é igual e esse facto, por si só, quadruplica a dificuldade do desafio.
Sinto-me verdadeiramente sortudo por ter tido a oportunidade de visitar alguns dos locais mais apaixonantes do globo mas não pensem que me fico por aqui, parto amanhã para Londres, no Reino Unido e certamente irei regressar carregado de inspiração, novas ideias, dicas para vocês e acima de tudo, crescer mais um bocadinho.

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